Mpox: saiba mais sobre a doença
Principais sintomas, formas de contágio, tratamento, prevenção, entre outras informações essenciais.
SAÚDE
Michelle Horst
3/19/20255 min read


O que é mpox?
O vírus causador da mpox foi isolado pela primeira vez em 1958, em um laboratório na Dinamarca, em macacos provenientes do continente africano, onde a doença é endêmica em alguns países – por isso, recebeu inicialmente a denominação de “monkey pox” (ou varíola dos macacos, em português). O agente etimológico identificado foi denominado “mpox virus”.
Embora o vírus tenha sido identificado primeiramente em macacos, não se conhece o ciclo da doença na natureza ou as espécies hospedeiras (acredita-se que sejam roedores).
A mpox é considerada uma doença zoonótica viral, cuja transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com pessoa infectada, materiais contaminados e animais silvestres (roedores) infectados. O período de incubação – isto é, o intervalo de tempo entre o primeiro contato com o vírus e o aparecimento dos sinais e sintomas – varia entre 3 e 16 dias, podendo chegar a 21.
De acordo com o Ministério da Saúde, o número de lesões em uma pessoa varia de algumas a milhares. Além disso, as erupções geralmente se concentram na face, palma das mãos e planta dos pés – contudo, podem aparecer em qualquer parte do corpo, incluindo boca, olhos, órgãos genitais e ânus.
Principais sintomas
Os sinais e sintomas iniciais se assemelham aos da gripe, têm duração entre duas e quatro semanas e geralmente incluem:
Cansaço;
Febre;
Ínguas (inchaço dos linfonodos);
Dores de cabeça e muscular;
Lesões cutâneas dolorosas: aparecem inicialmente como manchas vermelhas e evoluem para pequenas bolhas contendo líquido (claro ou amarelado) e, posteriormente, crostas.
Transmissão
A principal forma de transmissão para humanos ocorre diretamente pelo toque em lesões da pele, pelo beijo, pelas vias aéreas (gotículas de saliva) e pelo contato com fluidos corporais (como pus ou sangue presentes nas lesões de pele); entretanto, a infecção pode se dar indiretamente, por meio de objetos como lençóis, toalhas, roupas, utensílios de cozinha e outros objetos compartilhados.
O vírus também pode migrar da gestante para o feto através da placenta ou de um progenitor (mãe ou pai) infectado para a criança durante ou após o nascimento por meio do contato pele a pele.
Além disso, pode permanecer no mesmo ambiente do indivíduo infectado, caso não haja medidas de controle e prevenção. Esse modo de transmissão faz dos familiares, parceiros íntimos e trabalhadores da saúde as pessoas com maior risco de infecção.
Do momento em que os primeiros sintomas se manifestam até a completa cicatrização das feridas (com a formação de nova camada de pele), o indivíduo acometido pode transmitir a doença.
Caso haja suspeita de infecção pelo vírus, recomenda-se evitar o contato próximo com a pessoa até que os sintomas desapareçam, bem como o isolamento imediato dela e evitar o compartilhamento de objetos de uso pessoal.
A transmissão de animais para seres humanos pode acontecer por meio de mordida, arranhadura, manuseio de caça selvagem e consumo/uso de seus subprodutos.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença deve ser feito em laboratórios de referência, via teste molecular ou sequenciamento genético.
O Ministério da Saúde recomenda que esses procedimentos laboratoriais sejam realizados em todos os pacientes com suspeita da doença, coletando-se amostras preferencialmente da secreção presente nas vesículas. Alternativamente, quando as lesões já estiverem secas, pode-se encaminhar material proveniente das crostas ou feridas.
Diagnóstico complementar
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o diagnóstico complementar deve ser realizado de modo a descartar as seguintes doenças: “varicela-zóster, herpes-zóster, herpes simples, infecções bacterianas da pele, infecção gonocócica disseminada, sífilis primária ou secundária, cancróide, linfogranuloma venéreo, granuloma inguinal, molusco contagioso, reação alérgica e quaisquer outras causas de erupção cutânea papular ou vesicular”.
O Ministério da Saúde ressalta ainda que há relatos esporádicos de pacientes coinfectados com o vírus da mpox e outros agentes infecciosos e que, “portanto, pacientes com erupção cutânea característica devem ser investigados mesmo quando outros testes sejam positivos”.
Em matéria, o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) destaca que, no Brasil, deve-se levar em consideração também a varíola bovina, cujos sintomas e lesões na pele são muito semelhantes ao quadro descrito para a mpox.
Evolução e tratamento
A mpox normalmente evolui para quadros leves e moderados e tem duração de 2 a 4 semanas. Estima-se que a doença tenha letalidade de 1% a 10%, com quadros mais graves entre crianças e indivíduos com baixa imunidade.
Os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente. Por isso, o tratamento consiste em aliviar o quadro clínico e evitar complicações, bem como possíveis sequelas em longo prazo.
Entre as principais medidas recomendadas, estão:
Uso de analgésicos para amenizar a dor;
Hidratação adequada (beber muita água);
Cuidados com as feridas para evitar outras infecções.
O cuidado com as erupções da pele é essencial, deixando-as secar ou cobrindo-as com um curativo úmido para proteger a área afetada. Além disso, deve-se evitar tocar em feridas na boca ou nos olhos. Podem ser aplicadas pomadas antissépticas ou antibióticas, sempre sob recomendação médica.
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, enxaguantes bucais e colírios podem ser usados desde que não contenham cortisona. A entidade revela ainda que “um antiviral desenvolvido para tratar a varíola (tecovirimat, comercializado como TPOXX) também foi aprovado para tratamento de mpox em janeiro de 2022”.
Prevenção
Entre as principais medidas de prevenção, destacam-se:
Evitar contato direto com pessoas infectadas e/ou objetos contaminados;
Isolar o doente até a completa recuperação;
Utilizar máscaras, luvas e proteção ocular ao cuidar dos enfermos;
Fazer a higiene frequente das mãos com água e sabão ou álcool em gel;
Realizar a desinfecção de superfícies e roupas potencialmente contaminadas.
Caso haja sintomas compatíveis com os da mpox, deve-se procurar uma unidade de saúde para avaliação e informar se houve contato próximo com alguém com suspeita ou confirmação da doença.

