Hipertensão arterial: a “assassina silenciosa”
Entenda os riscos da pressão alta e aprenda a se proteger dessa inimiga invisível.
SAÚDE
Michelle Horst
4/4/20255 min read


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas têm hipertensão, conhecida popularmente como pressão alta. Infelizmente, muitas não sabem que carregam esse distúrbio, que pode acarretar complicações graves, como infartos, acidente vascular cerebral (AVC), aneurisma e insuficiências renal e cardíaca.
Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil aproximadamente 400 pessoas morrem todos os dias em consequência da hipertensão.
O que é hipertensão?
Essa condição ocorre quando a pressão exercida pelo sangue contra as paredes das artérias se mantém constantemente elevada.
Dois parâmetros importantes formam a pressão arterial: a pressão sistólica (valor mais alto), que indica a pressão no momento em que o coração contrai para bombear o sangue; e a diastólica (valor mais baixo), relacionada à pressão exercida pelo sangue quando o músculo cardíaco está em repouso, ou seja, entre uma batida e outra.
Os valores de referência são 140/90 mmHg (ou 14 por 9). Considera-se hipertensão quando a pressão arterial está constantemente acima desse parâmetro, independentemente da causa. Quando ela fica elevada, o coração precisa exercer um esforço maior do que o normal para fazer o sangue se difundir corretamente pelo organismo.
Como normalmente a hipertensão não desencadeia sintomas importantes durante vários anos até que algum órgão vital seja lesionado, é considerada uma “assassina silenciosa”.
De todo modo, existem alguns sintomas que ocorrem quando há picos de pressão alta no organismo e que devem acender um sinal de alerta para o problema. São eles: dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada, sangramento nasal, sensação de frequência cardíaca rápida ou irregular (palpitações), transpiração excessiva, tremores e palidez.
A hipertensão arterial é uma doença silenciosa que pode causar complicações graves.
Embora o distúrbio seja herdado dos pais em aproximadamente 90% dos casos, diversos fatores elevam a pressão arterial, entre eles:
Tabagismo;
Consumo de bebidas alcoólicas;
Obesidade;
Estresse;
Uso excessivo de sal;
Níveis altos de colesterol;
Sedentarismo;
Drogas estimulantes (anfetaminas, cocaína, entre outras);
Medicamentos como corticosteroides e anti-inflamatórios não esteroides (Aines);
Pílulas anticoncepcionais;
Alguns descongestionantes presentes em remédios para gripe, como a pseudoefenedrina e a fenilefrina.
Com relação à distribuição entre a população, de acordo com artigo publicado por George L. Bakris, da Escola de Medicina da Universidade de Chicago, a hipertensão arterial tem maior prevalência entre adultos mais velhos – cerca de dois terços das pessoas com idade superior a 65 anos. Além disso, indivíduos com pressão arterial considerada normal aos 55 anos têm 90% de chance de desenvolver hipertensão no futuro. O artigo ainda revela que a hipertensão é duas vezes mais comum em pessoas com obesidade do que em indivíduos sem obesidade.


Dor no peito é um indício de pressão alta que requer atenção.


Com o envelhecimento, os vasos sanguíneos vão ficando mais rígidos e perdendo a complacência (capacidade de comportar maiores volumes de sangue sem aumento da pressão).
Hipertensão e envelhecimento
As alterações decorrentes do envelhecimento podem contribuir para a hipertensão arterial sem causa conhecida (hipertensão primária). Isso porque, quando envelhecemos, as grandes artérias gradualmente se enrijecem e as pequenas artérias podem ficar parcialmente bloqueadas. Alguns estudiosos acreditam que esse enrijecimento, combinado com o estreitamento de pequenas artérias, explica, em parte, a elevação da pressão arterial com o avanço da idade.
Hipertensão e gravidez
A hipertensão gestacional é considerada uma condição grave e pode ser causada por fatores como: alimentação desequilibrada, obesidade, diabetes e até mesmo má formação da placenta. Além disso, é mais frequente quando a primeira gravidez acontece após os 35 anos.
Esse tipo de hipertensão é normalmente identificado durante o acompanhamento pré-natal e deve ser tratado rapidamente, de modo a evitar o desenvolvimento de pré-eclâmpsia, uma situação grave, que pode colocar em risco a vida tanto da mãe quanto do bebê.


Monitorar a pressão arterial durante a gestação traz segurança para a mãe e o bebê.
Sinais de emergência
Em alguns casos, quando a elevação da pressão arterial é grave (pressão sistólica ≥ 180 mmHg e/ou pressão arterial diastólica ≥ 120 mmHg), pode resultar em sintomas associados a danos a órgãos como cérebro, olhos, coração e rins.
Entre esses sintomas, podem aparecer fadiga, inquietação, falta de ar e dor torácica ou de cabeça incomum ou inexplicável. Em alguns casos, o cérebro pode inchar, resultando em náusea, vômito, piora da dor de cabeça, sonolência, confusão mental, convulsões, sonolência e até mesmo coma.
A dor torácica e/ou a falta de ar ocorrem quando a hipertensão leva a um aumento na carga de trabalho do coração ou quando há o rompimento de algum vaso importante, como a artéria aorta, que transporta o sangue oriundo do coração – nesse caso, pode desencadear também dor abdominal.
Quando um indivíduo tem esses sintomas e histórico de pressão arterial elevada, configura-se uma emergência hipertensiva, e é necessário tratamento urgente!
Tratamento
Quando a pressão arterial já está elevada, o tratamento envolve uma combinação de mudanças no estilo de vida e o uso de medicamentos específicos.
Várias são as drogas utilizadas para controlar a hipertensão, como: diuréticos, betabloqueadores, inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA) e bloqueadores dos canais de cálcio. O tipo de medicamento depende da gravidade do quadro e das condições de saúde do paciente.
É fundamental que os indivíduos hipertensos sigam as orientações médicas e façam o uso correto dos medicamentos. A adesão ao tratamento é crucial para evitar complicações graves!
Embora a hipertensão arterial seja uma condição comum e muitas vezes silenciosa, não deve ser subestimada. Identificar a doença cedo e adotar medidas de prevenção são passos essenciais para manter a saúde cardiovascular e evitar complicações. Ao adotar um estilo de vida saudável, praticar exercícios, controlar o estresse e manter uma alimentação equilibrada, é possível viver de forma saudável e evitar a hipertensão.
Quando identificada de maneira precoce e tratada adequadamente, a hipertensão pode ser controlada, permitindo ao paciente ter uma vida longa e saudável.
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